Câncer de testículo: o câncer mais comum em homens jovens

Por que o câncer de testículo é mais comum em homens jovens?
Porque o câncer de testículo se origina de células germinativas, responsáveis pela produção dos espermatozoides. Essas células são muito ativas e passam por intensa multiplicação durante a adolescência e início da vida adulta — fase em que há uma elevação acentuada de testosterona e gonadotrofina coriônica (hCG). O crescimento acelerado torna estas células suscetíveis a alterações genéticas que podem levar à formação de um câncer no testículo.
O pico de incidência ocorre entre 15 e 40 anos, com idade média ao diagnóstico de 33 anos.
Quais são os principais fatores de risco?
A incidência de câncer de testículo vem aumentando nas últimas décadas, especialmente em países desenvolvidos.
Os principais fatores de risco para câncer de testículo são:
- Criptorquidia (testículo não descido): o testículo se forma no abdome e depois desce para a bolsa escrotal. Quando isto não ocorre e ele fica localizado na virilha ou dentro do abdome, fica mais propenso ao câncer.
- História familiar: homens com histórico familiar de câncer de testículo apresentam maior predisposição ao desenvolvimento do tumor.
- Disgenesia gonadal e infertilidade: distúrbios no desenvolvimento testicular e problemas de fertilidade estão associados ao aumento do risco.
- Síndrome da disgenesia testicular: esta síndrome, que engloba criptorquidia, infertilidade e distúrbios do desenvolvimento sexual, é especialmente relevante em jovens adultos.
- Exposição a disruptores endócrinos: a exposição durante o desenvolvimento fetal a substâncias que interferem no sistema hormonal pode aumentar o risco.
- Alterações genéticas estudos genéticos mostram que certas variações genéticas aumentam a suscetibilidade ao câncer testicular nessa faixa etária.
Além destes fatores, pesquisas recentes têm investigado a relação entre fatores ambientais e o aumento da incidência desta neoplasia, mas ainda não existem conclusões definitivas sobre essa associação.
Como realizar o autoexame e identificar os sinais?
Muito se fala do autoexame das mamas, mas pouco sobre o autoexame dos testículos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o autoexame testicular deve ser realizado uma vez por mês, de preferência após o banho morno, quando a pele do escroto está mais relaxada, facilitando a palpação dos testículos.
- Examine cada testículo separadamente, utilizando ambas as mãos.
- Posicione os dedos indicador e médio por baixo do testículo e o polegar por cima.
- Role suavemente o testículo entre os dedos, procurando por nódulos ou áreas endurecidas.
- Localize o epidídimo, estrutura macia na parte posterior do testículo, para não confundi-lo com um nódulo.
- Verifique se há sensação de peso ou desconforto durante o exame.
O câncer testicular geralmente se apresenta como um nódulo indolor, embora em alguns casos possa haver sensação de peso ou desconforto. Qualquer alteração percebida deve ser prontamente avaliada por um urologista, independentemente da presença de dor.
O diagnóstico do câncer testicular
Inicio sempre com uma conversa detalhada sobre sintomas e histórico familiar, seguida de exame físico cuidadoso para identificar qualquer massa ou alteração na consistência testicular. A ultrassonografia escrotal é o próximo passo obrigatório, pois possui alta precisão para diferenciar lesões malignas de benignas.
A avaliação laboratorial inclui marcadores tumorais: alfa-fetoproteína (AFP), beta-hCG e lactato desidrogenase (LDH), úteis para estadiamento e prognóstico. Após isto, seu Uro-oncologista provavelmente irá solicitar uma tomografia computadorizada abdominal e pélvica com contraste para estadiamento da doença, ou seja, para determinar se há doença fora do testículo (metástases). Não realizamos biópsias percutâneas devido ao risco de disseminação tumoral.
Opções de tratamento e a abordagem especializada
A orquiectomia inguinal radical é o padrão ouro no tratamento do câncer testicular. Este procedimento remove completamente o testículo afetado através de uma incisão na região inguinal (virilha), evitando qualquer risco de disseminação por via linfática.
Existe cirurgia robótica para câncer de testículo?
Não inicialmente. Não existe cirurgia robótica para retirada do testículo. Mas quando há metástases no abdome (retroperitônio), então a retirada destes gânglios com metástase (a linfadenectomia retroperitoneal) pode sim ser feita com cirurgia robótica., com maior precisão, menor trauma aos tecidos e recuperação mais rápida. A escolha da técnica sempre considera as características individuais de cada paciente e o estadiamento da doença.
Atendimento para câncer de testículo em Manaus
Se você apresenta algum nódulo ou alteração nos testículos, entre em contato com nossa assistente dedicada. Estamos prontos para avaliar seu caso e oferecer o tratamento adequado em Manaus.



