Infecção urinária em mulheres: guia para o paciente.

escrito por
Dr. Pedro Henrique Cabral
17/2/2025 3:04 AM
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A infecção do trato urinário (ITU) é a infecção bacteriana mais comum em mulheres. Estima-se que metade das mulheres apresentará pelo menos uma infecção urinária durante a vida. Muitas experimentam** episódios recorrentes**, com impacto significativo à sua qualidade de vida.

Compreendendo a infecção urinária

Existem basicamente dois tipos de infecção urinária:

  • a pielonefrite: acomete os rins. É uma infecção rara, grave, causando febre, calafrios e dor lombar.
  • a cistite: acomete a bexiga e não costuma ser grave ou causar febre. Os principais sintomas são dor ao urinar, aumento da frequência urinaria e dor na parte de baixo do abdome.

Por que a cistite ocorre mais em mulheres?

A infecção urinária ocorre quando bactérias, principalmente a Escherichia coli (E. coli), normalmente presente no intestino, atingem a bexiga e causam a inflamação desse órgão.

A anatomia feminina é um fator determinante pois a uretra feminina é curta (3 a 5 cm) e próxima à região anal, o que facilita a ascensão de bactérias até a bexiga. Os homens estão protegidos por uma uretra bem mais longa (uretra peniana). Para saber sobre a infecção da uretra em homens, clique aqui.

O risco aumentado em mulheres também se relaciona com mudanças hormonais ao longo da vida. Na menopausa, a redução do estrogênio modifica o ambiente vaginal, tornando-o mais vulnerável à colonização por bactérias. Durante a gestação, alterações anatômicas e fisiológicas elevam a susceptibilidade a infecções.

Manifestações clínicas importantes

A apresentação da infecção urinária pode variar em intensidade. Os sinais mais característicos incluem desconforto ao urinar, dor no baixo ventre e aumento da frequência urinária. A urina pode apresentar-se turva ou com odor desagradável. Em alguns casos, pode haver a presença de sangue -** hematúria,** um sinal que sempre requer avaliação médica.

Pode haver ainda urgência miccional: necessidade súbita e intensa de urinar, de ter que “correr” para o banheiro urinar.

Esses sintomas não são específicos para infecção urinárias e doenças podem causá-los. Cálculos urinários no ureter, por exemplo, podem produzir os mesmos sintomas de uma cistite. Por este motivo, é importante uma avaliação com um urologista especializado.

Abordagem diagnóstica

O clima quente e úmido da região de Manaus pode favorecer o desenvolvimento de infecções urinárias em mulheres. O diagnóstico adequado envolve um exame clínico para investigar o histórico de infecções prévias e fatores predisponentes.

A análise laboratorial inclui o exame de urina tipo I, para avaliar a presença de células inflamatórias e sangue, e um exame de cultura de urina.

A cultura de urina é fundamental para identificar a bactéria causadora da infecção e, principalmente, quais são os antibióticos eficazes para eliminá-la. Nos tempos atuais, em que os índices de resistência bacteriana são elevados, esta análise, chamada de antibiograma,  é fundamental.

Estratégias terapêuticas atuais

A escolha do antibiótico baseia-se no perfil de resistência bacteriana local, no resultado da cultura, no antibiograma e nas características individuais da paciente. No nosso consultório em Manaus, mantemos um acompanhamento constante dos padrões de sensibilidade antimicrobiana e sempre que possível recomendamos um antibiograma, para otimizar nossas prescrições.

A duração do tratamento varia conforme a apresentação clínica. Casos não complicados geralmente respondem bem a esquemas curtos de antibioticoterapia. Situações mais complexas, como pielonefrite ou infecções recorrentes, demandam abordagem mais prolongada e monitoramento próximo.

Estou tendo cistites de repetição. Que medidas devo tomar?

Primeiramente, procurar um Urologista para definir se não existe uma doença causando essas infecções, como cálculos na bexiga ou rins, divertículos de bexiga, refluxo vésico-ureteral, hidronefrose, bexiga neurogênica e outras. Nestes casos, deve-se tratar a doença diagnosticada para evitar novos episódios de infecção.

Para a mulher que tem cistites primárias, ou seja, sem um fator desencadeante específico, recomenda-se:

  1. Ingerir líquidos em maior quantidade, não obrigatoriamente água, mas também sucos de frutas (de preferência de polpa e naturais), água de coco, chás (chá verde, mate, chá branco) ou alimentos com alto conteúdo hídrico (sopas, vitaminas, caldos, frutas). De modo geral, recomenda-se aumentar em 1 litro e meio a ingestão de líquidos.
  2. Não reter a urina. Quando tiver vontade de urinar, pare o que está fazendo e vá urinar. Reter a urina impede que o fluxo urinário exerça sua função de lavar as vias urinárias e pode causar disfunções miccionais.
  3. Esvaziar a bexiga após relações sexuais, mesmo se não estiver com vontade de urinar. Esvaziar também ao acordar e antes de dormir. Sentar no vaso sanitário e ligar a torneira pode auxiliar.
  4. Evitar o uso interno de sabonetes íntimos bactericidas, que devem ser usados apenas externamente e não dentro da vagina.
  5. Controlar a constipação intestinal (intestino preso). Isto em geral pode ser conseguido através de uma alimentação rica em fibras. São alimentos ricos em fibra: granola, aveia, frutas ingeridas com o “bagaço” como laranja ou tangerina, brócolis, couve-flor, repolho, uvas-passas, cereais matinais integrais, feijão-fradinho, pupunha, arroz integral e ervilha, dentre outros.

Tratamento especializado em Manaus

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