Angiomiolipoma renal: saiba mais sobre este tumor benigno

O angiomiolipoma renal é um tumor benigno composto por vasos sanguíneos, músculo liso e gordura. Ao contrário do câncer de rim, não se dissemina para outros órgãos, mas pode crescer e sangrar gravemente, motivo pelo qual necessita de avaliação especializada. No Brasil, a prevalência estimada é de cerca de 0,13% da população.
O que é o angiomiolipoma renal?
O angiomiolipoma é classificado como um tumor renal benigno. Isto significa que ele não produz metástases, ou seja, não se dissemina para órgãos como pulmão, fígado, osso ou cérebro, com o adenocarcinoma renal de células claras. Existem apenas alguns casos publicados na literatura médica, raríssimos, com suposto comportamento maligno e metástases de angiomiolipomas.
Sua composição tripla é bastante característica:
- Tecido adiposo (gordura).
- Músculo liso (semelhante ao encontrado nas paredes dos vasos sanguíneos).
- Vasos sanguíneos anormais.
Se o angiomiolipoma é um tumor benigno, então por que preciso me preocupar?
Por que mesmo sendo benigno, um angiomiolipoma pode crescer, causar sintomas e, principalmente, pode sangrar. A hemorragia espontânea de angiomiolipomas é a complicação mais temida, pois costuma ser de grande volume e pode levar o paciente ao óbito. O quadro clínico desta hemorragia inclui dor súbita e intensa na lateral do abdome, palidez da pele, queda de pressão arterial e, em casos graves, choque hemorrágico.
Quem tem mais risco de apresentar um sangramento grave?
- Pacientes com tumores > 4 cm.
- Mulheres grávidas, devido à vasodilatação resultante dos hormônios da gestação.
- Obesos.
Quais são os sintomas do angiomiolipoma renal?
Angiomiolipomas renais geralmente são assintomáticos. Quando os sintomas ocorrem, geralmente estão relacionados ao tamanho do tumor ou a complicações específicas:
- Dor no flanco ou região lombar.
- Sangramento do tumor para o abdome, podendo causar choque.
- Sangramento na urina (raro).
Como é feito o diagnóstico do angiomiolipoma renal?
Baseia-se principalmente em exames de imagem. Os principais métodos diagnósticos incluem:
- Ultrassonografia abdominal: geralmente o primeiro exame realizado, mostra áreas hiperecogênicas no rim devido ao componente gorduroso do tumor.
- Tomografia computadorizada (TC): considerada o padrão-ouro para o diagnóstico, a TC demonstra claramente os componentes de gordura, músculo e vasos sanguíneos do tumor.
- Ressonância magnética (RM): útil para diferenciar angiomiolipomas pobres em gordura de carcinomas renais, mostrando queda de sinal nas sequências fora de fase devido ao componente gorduroso.
Angiomiolipoma renal vista em tomografia de abdome: este tumor aparece "preto” na tomografia, por ser composto de gordura.
Um desafio diagnóstico são os angiomiolipomas pobres em gordura, que podem ser confundidos com carcinoma de células renais. Nestes casos, características como o padrão de crescimento lento e a ausência de metástases ajudam no diagnóstico diferencial.
Quando devo tratar o meu angiomiolipoma renal?
Quando eles crescem, isso aumenta o risco de um sangramento espontâneo grave. A princípio, angiomiolipomas com mais de 4 cm devem ser tratados.
Quais são as opções de tratamento para o angiomiolipoma renal?
1. Vigilância ativa
Para tumores pequenos (menores que 4 cm) e assintomáticos, a observação periódica com exames de imagem é recomendada. Esta estratégia é adequada para a maioria dos pacientes, pois o risco de complicações em tumores pequenos é baixo.
2. Embolização arterial seletiva
A embolização é uma técnica minimamente invasiva que consiste em um cateterismo da artéria renal e introdução de substâncias que bloqueiam o suprimento sanguíneo do tumor. É particularmente indicada para:
- Tumores maiores que 4 cm.
- Pacientes com alto risco para cirurgia.
- Casos de hemorragia aguda.
- Pacientes com múltiplos angiomiolipomas.
3. Tratamento cirúrgico
A cirurgia está reservada para casos específicos, como:
- Tumores sintomáticos que não responderam a outras terapias.
- Tumores grandes (sobretudo > 6 cm) com alto risco de complicações.
- Casos onde não é possível diferenciar com certeza de um tumor maligno.
As opções cirúrgicas incluem:
- Nefrectomia parcial: remoção apenas da porção do rim contendo o tumor, preservando o restante do órgão. Esta é a abordagem preferencial, especialmente em tumores menores e bem delimitados, buscamos alcançar a** trifecta,** que consiste em três objetivos essenciais: remoção completa do tumor, preservação da função renal e ausência de complicações significativas.
- Nefrectomia radical: atualmente, é muito infrequente a remoção completa do rim por angiomiolipoma, reservada para casos de tumores muito grandes em localização complexa.
Técnicas de acesso cirúrgico
Ambos os procedimentos (parcial ou radical) podem ser realizados por:
- Laparoscopia: através de pequenas incisões, com menos dor e recuperação mais rápida. Disponível em Manaus.
- Cirurgia robótica: oferece maior precisão de movimentos e imagem em três dimensões de qualidade superior. Em geral, operamos nossos pacientes de Manaus em São Paulo pois ainda não há cirurgia robótica em Manaus.
- Cirurgia aberta: atualmente reservada apenas para locais sem devida infra-estrutura e recursos para cirurgia robótica ou laparoscópica.
Em geral, as técnicas minimamente invasivas (laparoscopia e robótica) são preferidas quando tecnicamente viáveis, pois proporcionam menor tempo de internação, menos dor pós-operatória e retorno mais rápido às atividades normais.
Quando devo procurar um urologista?
É recomendável buscar um urologista especializado nas seguintes situações:
- Se você teve um angiomiolipoma renal detectado em algum exame de imagem.
- Dor persistente na região lombar ou no flanco.
- Se notou sangue na urina.
- Se tem histórico familiar ou pessoal de esclerose tuberosa.
- Se você tem um angiomiolipoma já diagnosticado e está grávida ou planeja engravidar.
O acompanhamento especializado é essencial para definir a estratégia adequada de monitoramento ou tratamento, minimizando o risco de complicações e evitando procedimentos desnecessários.
Angiomiolipoma e a função renal: qual a relação?
Por ser um tumor benigno que geralmente cresce lentamente, os angiomiolipomas não afetam significativamente a função renal.
Quem tem maior risco de desenvolver angiomiolipoma renal?
O angiomiolipoma pode ocorrer de duas formas principais:
- Esporádica: ocorre sem associação a outras doenças ou síndromes genéticas, representando cerca de 80% dos casos.
- Associada à esclerose tuberosa: condição genética que provoca o crescimento de tumores benignos em vários órgãos.
Os dados epidemiológicos mostram predominância em determinados grupos:
- Mulheres são afetadas quatro vezes mais que homens, possivelmente devido à influência hormonal, particularmente do estrogênio.
- A idade típica de diagnóstico situa-se entre 40 e 60 anos.
- Pacientes com esclerose tuberosa complexa (TSC) têm risco significativamente elevado, com 20-30% desenvolvendo angiomiolipomas renais.
Avaliação especializada para angiomiolipoma renal em Manaus
A definição da melhor conduta depende de diversos fatores individuais, incluindo tamanho do tumor, sintomas, riscos específicos e opção pessoal do paciente.
Se você foi diagnosticado com angiomiolipoma renal ou apresenta sintomas sugestivos desta condição, entre em contato com nossa assistente dedicada para agendar uma avaliação. Ficaremos felizes em auxiliar.
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