PSA elevado: causas comuns além do câncer de próstata
A elevação do PSA no exame de sangue causa muita preocupação nos pacientes, mas é importante entender suas diversas causas. Embora o PSA seja um importante marcador para detectar alterações na próstata, sua elevação nem sempre significa câncer. Neste artigo vou esclarecer dúvidas comuns e explicar tecnologias que auxiliam no diagnóstico preciso das alterações da próstata.
O que é o PSA e quando se eleva?
O PSA (Antígeno Prostático Específico) é uma proteína produzida pela próstata e presente no sangue dos homens. Seu aumento pode ocorrer por diversas razões. As 3 principais causas são o crescimento benigno da próstata (HPB), a inflamação prostática (prostatite) e o câncer de próstata. Atualmente, a ressonância magnética de próstata é a principal ferramenta para investigar homens com elevação de PSA, pois é o único exame de imagem capaz de detectar imagens indicativas de câncer de próstata.
Entendendo o PSA livre e total
O PSA total representa o conjunto de todas as moléculas de PSA presentes no sangue, enquanto o PSA livre é uma das formas circulantes do PSA. A relação entre eles (PSA livre/total) auxilia na diferenciação entre alterações benignas e malignas. Uma relação abaixo de 10% sugere o diagnóstico de câncer de próstata. Por outro lado, valores acima de 20% indicam provável crescimento benigno.
Principais causas de PSA elevado
O PSA aumenta em diversas situações além do câncer:
Hiperplasia prostática benigna (HPB)
Esta é uma condição benigna muito comum em homens acima de 50 anos, pois a próstata cresce naturalmente com o avançar da idade. O tratamento HPB varia desde medicamentos orais até procedimentos minimamente invasivos como o GreenLight, um laser para tratamento endoscópico (por dentro da canal da urina) por vaporização do tecido prostático aumentado, desobstruindo a uretra e permitindo um fluxo urinário confortável para o paciente.
Prostatite (inflamação da próstata)
É uma inflamação da próstata que pode ser aguda ou crônica. O tratamento geralmente envolve antibióticos nos casos de infecção, além de medicamentos anti-inflamatórios e mudanças nos hábitos de vida.
Situações temporárias que elevam o PSA:
- Trauma recente na região da próstata (como após andar de bicicleta)
- Passagem de sonda vesical
- Cirurgias prostáticas
- Ejaculação nas últimas 48 horas
- Massagem prostática durante exame de toque
- Retenção urinária aguda
Nestas situações temporárias, o PSA normaliza naturalmente após alguns dias, sem necessidade de tratamento específico.
Sintomas urinários associados
Algumas alterações urinárias podem acompanhar o PSA elevado:
- Dificuldade para começar a urinar
- Jato urinário fraco ou interrompido
- Necessidade frequente de urinar, especialmente à noite
- Urgência para urinar
- Sensação de não esvaziar completamente a bexiga
- Gotejamento após urinar
- Sangue na urina (em casos raros)
Exames modernos para investigação
Atualmente, dispomos de tecnologia avançada para investigação do PSA alterado:
Ressonância Magnética
A ressonância magnética permite visualizar detalhadamente a próstata e identificar áreas suspeitas com boa precisão. Este exame é fundamental para guiar a biópsia quando necessário.
Biópsia por transperineal com fusão de imagens
A biópsia de próstata é o único exame que possibilita o diagnóstico definitivo. A biópsia transperineal com fusão de imagens representa um avanço significativo no diagnóstico do câncer de próstata. Esta tecnologia combina:
- Imagens da ressonância magnética prévia
- Ultrassom em tempo real
- Software que sobrepõe as imagens durante o procedimento
- Coleta precisa de amostras das áreas suspeitas
As vantagens incluem:
- Maior precisão diagnóstica
- Menor número de amostras necessárias
- Menor risco de infecção
- Menor risco de sangramento pelo reto
- Maior conforto para o paciente
Quando fazer o PSA?
De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia, recomenda-se:
- Homens acima de 50 anos: PSA anual
- Homens negros ou com histórico familiar: início aos 45 anos
Além disso, tenho recomendado aos meus pacientes uma dosagem de PSA aos 40 anos de idade: o chamado PSA basal de referência. Diversos estudos atuais enfatizam este primeiro PSA como uma referência para estratificar o risco individualizado do paciente.
Quando se preocupar com o PSA alto?
A interpretação do PSA deve considerar diversos fatores:
- Idade do paciente
- Qual o nível exato do PSA
- Velocidade de aumento do PSA
- Histórico familiar de câncer de próstata
- Relação entre PSA livre e total
- Relação entre o PSA e o tamanho da próstata
- Presença de sintomas urinários
- Exame de toque retal
A importância do acompanhamento especializado
Diante de um PSA alterado, é fundamental a avaliação por um urologista experiente. Ele poderá determinar se são necessários exames complementares e qual a melhor conduta para cada caso específico, baseado nas suas características individuais.
Como podemos auxiliar?
Se você possui dúvidas sobre o exame PSA com níveis alterados ou gostaria de esclarecimentos sobre o diagnóstico do câncer de próstata, estamos à disposição para auxiliar. Entre em contato com nossa assistente dedicada pelo WhatsApp: (92) 98127-0310.
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Dr. Pedro Cabral
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