Vacinas contra HPV. Quando e por que tomar?

A vacinação contra o vírus HPV é uma medida comprovadamente eficaz para a prevenção da DST mais comum no mundo: a infecção por HPV. Como o HPV é responsável por 90% dos casos de câncer do colo do útero e está associado a cânceres de pênis, ânus e garganta, então pode-se afirmar que a vacinação para HPV previne o câncer.

Tipos de vacina contra HPV

O sistema público de saúde oferece a vacina quadrivalente, que protege contra quatro tipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18). Os tipos 16 e 18 são chamados de alto risco porque podem dar origem a um câncer. Em mulheres, eles são responsáveis por 71% dos casos de câncer do colo do útero. Já os tipos 6 e 11 são os principais causadores de verrugas genitais, chamadas de condiloma.

Em nosso consultório, prescrevemos a vacina nonavalente, uma opção mais abrangente que protege contra nove tipos do vírus:

• HPV 6 e 11: responsáveis por verrugas genitais.
• HPV 16 e 18: principais causadores de câncer do colo de útero.
• HPV 31, 33, 45, 52 e 58: tipos menos comuns mas também associados ao desenvolvimento de câncer.

Além da proteção para verrugas genitais, a vacina nonavalente previne até 90% dos cânceres associados ao HPV, incluindo:

• Câncer do colo do útero.
• Câncer de pênis.
• Câncer de ânus.
• Câncer de vulva.
• Câncer de vagina.
• Câncer de orofaringe (garganta).

As vacinas para HPV são administradas por via intramuscular e possuem um excelente perfil de segurança, comprovado por estudos científicos e órgãos regulatórios globais. A principal diferença está na abrangência: enquanto a quadrivalente cobre os tipos mais comuns, a nonavalente oferece proteção adicional contra cinco tipos oncogênicos, ampliando a prevenção contra diversas formas de câncer associadas ao HPV.

Quem deve se vacinar?

A vacinação para HPV é recomendada para diferentes grupos, conforme idade e perfil de risco. Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm):

Crianças e adolescentes (9-14 anos)

• A vacinação antes do início da vida sexual garante maior eficácia, bloqueando 90% das infecções por HPV.

Adultos (15-45 anos)

• Proteção tardia: mesmo quem já iniciou a vida sexual pode e deve vacinar para HPV, pois a vacina protege contra outros sorotipos aos quais o indivíduo ainda não foi exposto.

Grupos especiais

• Pessoas imunossuprimidas até 45 anos.
• Vítimas de violência sexual.
• Pacientes com papilomatose respiratória recorrente.
• Usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV).

Estou com uma lesão de HPV. Devo me vacinar?

Nenhuma vacina regride lesões do HPV. Você deve, portanto, tratar-se. Mas pode sim ser vacinado com intuito de proteção contra outros tipos de HPV aos quais você ainda não foi exposto.

Eficácia e segurança: por que confiar nas vacinas contra HPV?

As vacinas contra HPV estão entre as mais seguras do mundo, com eficácia comprovada na prevenção de cânceres e verrugas genitais. Estudos globais (incluindo dados da OMS e ANVISA) acompanharam mais de 270 milhões de doses aplicadas, confirmando a sua segurança. Nenhum estudo vinculou a vacina à infertilidade, autismo ou doenças autoimunes.

Efeitos colaterais possíveis (leves e transitórios):

• Reações locais: Dor, vermelhidão ou inchaço no local da aplicação (20–30% dos casos).
• Sintomas gerais: Febre baixa (1–5% dos casos) ou mal-estar leve, que desaparecem em 24–48 horas.
  (Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações, 2023)

Segurança reforçada:

• Não existe associação descrita com doenças graves.

Como se vacinar contra o HPV com a nonavalente em Manaus?

1. Avaliação inicial

• Agende uma consulta para avaliação clínica do seu caso e escolha do esquema vacinal.
• Análise do histórico de vacinação anterior, quando houver.
• Verificação de possíveis contra-indicações.

2. Esquema de doses

• Primeira dose: agendada conforme sua disponibilidade.
• Segunda dose: 2 meses após a primeira dose.
• Terceira dose: 6 meses após a primeira dose.

Desmistificando a vacinação contra HPV

"A vacina é só para meninas?"

Não. A vacinação contra o HPV é recomendada tanto para homens quanto para mulheres. Nos homens, ela previne cânceres de pênis, ânus e orofaringe (garganta). Além disso, protege contra o aparecimento de verrugas genitais benignas e reduz a transmissão e circulação do vírus na comunidade.

"Após o início da vida sexual, a vacina perde a eficácia?"

Falso. Embora o ideal seja vacinar antes do início da vida sexual, a imunização oferece proteção mesmo após exposição ao vírus, pois protege contra múltiplos tipos de HPV, inclusive aqueles aos quais você ainda não foi exposto.

"A vacina pode causar efeitos colaterais graves?"

Não há motivo para preocupação. As vacinas contra o HPV possuem um perfil de segurança robusto, respaldado por décadas de estudos científicos rigorosos e aprovado pelas principais agências de saúde globais.

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