Retirada do rim por laparoscopia – Como é feita?
A NEFRECTOMIA é o procedimento cirúrgico para remover o rim ou parte dele.
Na nefrectomia radical: o cirurgião remove todo o rim.
Na nefrectomia parcial: o cirurgião remove apenas a parte doente do rim, preservando o tecido renal saudável.
A principal indicação de nefrectomia é o câncer de rim, mas esta cirurgia também é feita para remover rins seriamente danificados por cálculos urinários ou outras doenças.
Atualmente temos realizado a grande maioria das nefrectomias pela técnica laparoscópica, através de incisões pequenas no abdome por onde são colocados os instrumentos cirúrgicos. Evita-se assim a cirurgia a céu aberto com grandes cortes. A utilização de tecnologia HDMI e de instrumental cirúrgico moderno minimiza a chance de complicações intra-operatórias.
Quanto é feita a remoção total e quando é feita a remoção parcial do rim?
Isto depende da doença do paciente e do julgamento do cirurgião em cada caso. Quando o rim já não funciona porque foi danificado por litíase urinária ou por infecção crônica, a retirada de todo o órgão se faz necessária, assim como naqueles casos em que é imprescindível retirar por completo um tumor renal muito grande.
Por outro lado, em casos de câncer renal menor ou outras doenças que acometam apenas uma parte do rim, pode-se fazer a nefrectomia parcial, também por laparoscopia ou robótica.
Como o rim, que é um órgão grande, é retirado através dos “furinhos” da laparoscopia?
O cirurgião faz uma incisão de cerca de 10-15 cm no abdome inferior para retirada do rim, muito semelhante à incisão para cirurgia cesariana. Esta incisão não costuma causar dor intensa pois músculos ou nervos não são cortados, apenas afastados. É considerada um incisão bem estética, com a vantagem de ficar coberta por roupas íntimas e pelo biquíni.
Quantos dias de internação são necessários?
O tempo médio de internação dos nossos pacientes é de 1 a 2 dias. Mas isto varia e depende da condição clínica pré-operatória, da cirurgia em si e da resposta do organismo do paciente no pós-operatório.
Quais as vantagens da Nefrectomia por vídeo-cirurgia?
A Nefrectomia vídeo-assistida (laparoscópica ou robótica) está estabelecida como a melhor cirurgia para a remoção do rim, exceto naqueles casos em que não seja factível (pouco frequentes atualmente).
Diversos estudos na literatura médica, com milhares de pacientes seguidos por mais de 15 anos, demonstraram segurança oncológica e as seguintes vantagens:
– Menos dor no pós-operatório
– Menor necessidade de uso de analgésicos
– Menor tempo de hospitalização
– Retorno mais rápido às atividades profissionais
– Menor tempo de convalescença
– Menor chance de hérnia ou de infecção de ferida operatória
– Resultado estético superior.
Há um risco maior de o câncer renal recidivar após víde-cirurgia em relação à cirurgia aberta?
Nos anos 90, quando foram feitas as primeiras Nefrectomias Videolaparoscópicas, este era um receio dos cirurgiões. No entanto, hoje já está amplamente comprovado que os resultados oncológicos da cirurgia por vídeo são equivalentes à cirurgia aberta. Em outras palavras, a chance de recidiva tumoral é a mesma.
Quais são os riscos da Laparoscopia?
Os principais são:
- Lesão de intestino, estômago ou vasos sanguíneos durante a introdução dos instrumentais.
- Sangramento durante a cirurgia e necessidade de transfusão de sangue.
- Necessidade de conversão para cirurgia aberta.
Hoje, são todos infrequentes, ocorrendo de modo combinado em menos de 5% dos casos.